HomemadeDrums

Perguntas e respostas

Mesmo vendo os vídeos do Iapoque e verificar com detalhes como ele fez a bateria dele, ainda me restavam muitas duvidas sobre algumas coisas. Todas as minhas dúvidas foram respondidas nesse tópico que criei no Fórum Cifra Club, porém postarei aqui a fim de reunir todas essas informações em um lugar só, em formato de perguntas e respostas. Conforme forem surgindo mais dúvidas (e claro, respostas para as mesmas), eu coloco aqui também.

Para as respostas eu peguei informações do tópico que eu criei no FCC e do excelente blog do mano Amok, o Batuques e Batidas, nesse tópico aqui. Aliás, eu recomendo que leiam este post para ficar mais claro o funcionamento de uma bateria eletrônica, o texto é muito legal.


1- Fiquei sabendo que o que vão nos livros daquele doido lá são os tais dos piezos/triggers. O que é isso?
R: Basicamente os triggers/piezos são transdutores cerâmicos, fáceis de encontrar em lojas de componentes eletrônicos. Eles emitem sinais analógicos, que são transformados e interpretados pelo módulo e são dinâmicos, ou seja, ao tocar forte emite um sinal forte, e vice-versa.

2- Legal, e como instalo esse trigger/piezo?
R: Utilizando fios telefônicos (são uma boa para isso), as soldas no piezo geralmente são realizadas no piezo em um plug P10 fêmea. Após isso, é só colar com uma fita o piezo no pad (livro no caso do Juan) e, com um cabo P10-P10 é só espetar uma ponta no piezo e outra ponta no módulo. Eles são frágeis, por isso é necessário proteger ele com algo, EVA é uma boa solução.

3- Pois é, o módulo... como funciona esse trem?
R: Para o projeto caminhar é preciso construir/comprar um módulo, que eu diria ser a parte principal do projeto (e a mais cara). Ele é o responsável por receber os sinais analógicos emitidos pelos triggers, interpretar a intensidade (fraco, médio, forte) e transformar esse sinal em um sinal digital que entra no PC através da porta MIDI (o sinal enviado é uma nota musical MIDI), ou através de um adaptador MIDI/USB. Um módulo ideal para o que nós queremos seria um módulo trigger-to-midi.

4- Muito bem, mas, módulo trigger-to-midi? Mas hein?
R: O que eu quis dizer é que para nosso projeto, o que precisamos é de um módulo que seja unicamente trigger-to-midi. A princípio, todo o módulo de bateria eletrônica que possuir saída midi é trigger-to-midi, possibilitando a conexão ao PC e consequentemente a utilização de VST's. Porém na maioria das vezes os módulos de baterias eletrônicas possuem kits neles, ou seja, conjuntos de sons dos mais diversos estilos (rock, reggae, eletrônica, percussão), e isso encarece bastante o módulo. Porém nada impede de você comprar um módulo com kits, aí vai depender de seu orçamento. Não encontrei muitos módulos trigger-to-midi sem kits. Os que eu achei foram os módulos DM2 e GM6 da Staff Drum e o módulo e-drum, na qual é necessário bastante conhecimento em eletrônica para montar, ou pedir para alguém montar para você (foi o que eu fiz). Tem um módulo da Alesis também, mas me lembro que o preço era salgado.

5- Ok, estou entendendo, mas surgiu esse papo de VST's. Me explica?
R: VST's nada mais são que softwares que simulam instrumentos de verdade, instrumentos virtuais. Tem para os mais diversos instrumentos: violão, guitarra, orquestra, baixo, e é claro, para bateria. Eu mesmo tenho uma coleção imensa aqui em casa, hehehe. Para trabalhar com ele é necessário um programa multipista, ou seja, o VST será aberto através do programa multipista. O som que ouviremos no final das contas sairá do VST que está sendo usado. A brincadeira que eu faço bastante aqui é pegar um áudio midi de uma levada de bateria (que seria os sinais que mandaríamos para o PC através dos pads/módulo) e aplicar o VST. Os resultados são surpreendentes.
São várias opções tanto de multipistas quanto de VST's. Para bateria, o que eu estou usando no momento é o time Sonar 6 LE (multipista) e o Ezdrummer (VST). Para mais detalhes, é só fazer uma busca por ezdrummer no Youtube que já vai dar para achar muita coisa legal.

6- Então é somente utilizar o conjunto piezo + módulo + VST e posso sair brincando?
R: Basicamente isso. Porém é importante se atentar na qualidade do conversor A/D do módulo, que precisa entender a intensidade do sinal e converter na informação MIDI correspondente. Ou seja, o principal responsável pela qualidade de resposta à dinâmica (intensidade) é o módulo, não o trigger. No entanto, se o trigger for meio "surdo", o modulo vai ter dificuldade em registrar o sinal analógico pra converter. Por outro lado, se o trigger for altamente sensível, haverá alto risco de disparos falsos. Um bom trigger facilita muito os ajustes no módulo.

Sim, é possível fazer uma batera homemade!


Ao ver o vídeo do Juan no Youtube, fiquei perplexo e admirado não somente com o som que ele tirava, mas da forma que ele tirava. Sim, simplesmente batendo em livros. Como isso?

Contactando com ele via e-mail, fiquei sabendo que o que vão nos livros são os famosos piezos nas quais são feitos as soldas e são colados (creio eu) nos livros, funcionando como legítimos pads de bateria eletrônica. E que era simples de comprar e fazer a solda nos piezos, bastando ter um conhecimento básico de eletrônica, e conhecimento também de VST's e multipista.

"Do balacobaco!" - pensei. De VST's eu manjo um pouco, porém bateu a dúvida: como que eu plugaria no PC mais de 10 "pads-livros" com os piezos devidamente soldados? E outra, como eu faria configurar os sons de cada peça?

Então tentei entrar em contato novamente com o Juan, mas não sei o porque que ele não respondia mais meus e-mails. Tentei falar com ele no Youtube no próprio vídeo que ele postou, mas ele somente repetiu aquilo que ele já tinha me dito. E agora, o que eu faço?

Aí recorri ao meu querido, amado, estimado e idolatrado Forum Cifra Club (será que o Sam vai ver isso? =D), fórum esse na qual é o responsável pelos meus ataques de GAS aprendi e continuo aprendendo muito sobre guitarras, amplificadores, pedais de efeitos e, agora, bateria. Acabei criando este tópico para ver se eu conseguiria matar todas as minhas dúvidas.

Neste tópico postou um camarada que estava terminando de fazer um tal modulo handmade chamado e-drum. "Opa, então tem que ter um módulo na jogada!", logo falei comigo mesmo. Logo tratei de vasculhar a net pela enésima vez, agora para saber sobre esse módulo. A primeira parada foi no próprio site do e-drum, onde consta absolutamente tudo sobre o projeto, desde esquemas de montagem, lista de componentes, confecção dos pads, montagem do circuito controlador de chimbau, fotos de quem fez o projeto, enfim, tudo.

Vasculhando mais ainda, encontrei um tópico no fórum e-batuque de um camarada que montou esse e-drum. Por lá fiquei sabendo que a construção do módulo não é muito simples, e que exige muito conhecimento de eletrônica. Seria necessário pedir para alguém com experiência em eletrônica fazer para mim esse módulo.

E foi por aquele tópico que eu vi os 2 vídeos na qual concluí que meu projeto de bateria eletrônica caseira era totalmente possível! Um ser iluminado com o nick Iapoque do forum e-batuque fez uma bateria eletrônica caseira! Ele fez usando grades de auto-falantes + EVA como pads, plastico + EVA como pratos e um pandeiro como caixa em uma estrutura de PVC de 50mm. Instalou os piezos em tudo, e usou cabos P10-P10 para conectar os pads ao módulo dele (Staff Drum DM2). Os vídeos você pode ver aqui.

Fiquei muito empolgado vendo esses videos, deu para ver com exatidão "o que" e "como" eu teria que fazer para fazer a minha bateria eletrônica homemade, porém dúvidas ainda pairavam. Como soldar os piezos? Onde comprá-los? Como funciona um mód
ulo? Como configurar ele? Como faria para ter dois bumbos? Posso controlar o chimbau através de um pedal auxiliar?

Continua...

O início de tudo!

Apesar de ter a guitarra como o meu primeiro instrumento, sempre manifestei um interesse grande pela bateria. Visto isso, há algum tempo atrás pensei no quão legal seria ter uma bateria em casa para brincar e treinar. Com a idéia na cabeça, fui a luta. Vasculhei trocentas páginas na net pesquisando em uma solução ideal para o meu desejo baterístico.

A primeira coisa que eu pensei foi adquirir uma bateria acústica barata. Logo que pensei nisso de cara descartei a idéia, pois uma bateria desse naipe raramente se encontra a um preço convidativo, não sei onde eu a colocaria em casa pois ocupa muito espaço e por último ela faz um barulho danado, os meus vizinhos não ficariam nada contentes, sem dúvida.

Ao dar uma vasculhada básica no Youtube, vi o vídeo do Marcos Drummer e sua incrível habilidade com a bateria de borracha que ele havia construído. Achei muito legal a força de vontade e a maneira que ele encontrou de poder praticar seu instrumento e, claro, já pensei em tentar fazer uma para mim. Pensei até em construir uma bateria mais "completa" com "objetos do lar", como panelas, latas de tinta, galões de água, latas de achocolatado e um par de colheres como baquetas, mas desanimei, hehehe.

Ainda com o vídeo do Marcos na cabeça, fui pesquisando mais um pouco e fiquei sabendo das famosas baterias praticáveis que são uma mão na roda para quem quer praticar os movimentos e técnicas sem fazer barulho. Até achei umas praticáveis muito interessantes no Mercado Livre, bem construídas e com regulagens de posicionamento dos pads e tudo. QUASE comprei uma dessas, foi por pouco, hehehe! Como essas praticáveis não vem com o pedal de bumbo junto, eu até cheguei a comprar um pedal duplo usado da Turbo! Mas me arrependi, e desfiz o negócio. Não concretizei o negócio pois eu queria algo mais que uma bateria caseira, uma que não só pudesse treinar os movimentos mas uma que tenha som de bateria de verdade! Será que seria possível?

Então pensei na possibilidade de ter uma bateria eletrônica. Solução perfeita! Uma bateria boa, você escolhe os kits que quer no módulo, faz o seu som só com um fonezinho de ouvido até altas horas da noite sem incomodar ninguém, supimpa, maravilha! Mas ao ver os preços... desanimei denovo.

"Puxa vida, será que não teria uma solução para o meu caso?" - pensou frustrado o autor desse texto.

Nas minhas horas vagas eu gosto bastante de mexer com audios midi + VST's e programas multipista. Daí eu ficava imaginando: "Se eu pudesse fazer alguma coisa para tirar o som que eu tiro aqui no meu EzDrummer...". Pesquisando nesse sentido no Youtube, assisto
este vídeo que mudou a minha vida (que exagero, hehehe). Simplesmente o Juan (cara do vídeo) bate as baquetas em livros e tira sons de bateria de verdade. COMO ISSO?

Mais que desesperadamente tratei de deixar alguns recados para ele no youtube, myspace, email, sinal de fumaça, e em espanhol (obrigado google translator) para saber que raios eram aqueles "livros mágicos" que ao baterem soavam como peças de uma bateria de verdade. E eis que ele me responde, dizendo que "tudo o que você precisa é de conhecimentos básicos de eletrônica e um software que suporte VST's" e que "o que vão nos livros são triggers de bateria que ele mesmo construiu". Ainda falando com ele, descobri que os triggers são dinâmicos, ou seja, ao bater neles forte, o som sai forte, e vice-versa.

"Muito bem, saí do zero!" - pensou mais uma vez este nobre que vos fala. Mas ok, eu instalo esses piezos nos livros e faço as soldas. Mas e agora? Como eu faço para espetar 10 livros com sensores no PC, e como eu faço para que cada livro soe uma peça que eu queira?

Continua...

Pesquisar este blog